CP
Na década de setenta a situação do país agravou-se. O povo estava insatisfeito. Aconteceu então a revolução dos "cravos", em 25 de Abril de 1974.
Foi uma época de grandes modificações na sociedade portuguesa, começou a viver-se em democracia, mais modernidade, mais direitos, mais liberdade, e, consequentemente uma grande mudança na escola. Esta foi considerada como um "elemento fundamental para a formação dos cidadãos da nova sociedade democrática.
As preocupações dos responsáveis pela política educativa foram as seguintes:
Alterar os conteúdos programáticos, que estavam profundamente marcados pela ideologia do regime do Estado Novo;
"A democratização da escola passará por medidas que beneficiem as camadas desfavorecidas da população, pela recuperação do pessoal humano que tinha sido afastado pelo anterior regime e pela intervenção de todos na política educativa".
A escola não deveria ter como função principal, apenas a transmissão de saberes organizados e previamente estabelecidos. Mas devia encorajar os alunos a serem participantes e activos na sua formação. Uma das funções da escola, devia ser ajudar o aluno a tornar-se crítico, criativo e a trabalhar em grupo.
É desejo do primeiro Governo Provisório "democratizar a escola, mas de forma que funcione com eficiência, garantindo a qualidade da educação, ensino, pesquisa, científica e criação cultural".
Foram elaborados novos programas para o Ensino Primário e, pela primeira vez desde a 1ª República, os programas visam o desenvolvimento harmonioso da criança na sua plenitude, tendo-se achado importante a introdução do lúdico em crianças desta idade. A maior parte dos procedimentos eram apresentados como jogos, mas como meio de atingir um fim.
Depois do 25 de Abril, os professores do ensino primário, que se dedicavam ao ensino da aritmética, leitura, escrita e doutrina cristã, viram as suas funções profundamente alteradas. Tornaram-se animadores culturais, alfabetizadores de adultos e agentes de desenvolvimento comunitário.
A partir desta altura, a criança passa a ser encarada como alguém que tem características, necessidades próprias e direitos, enquanto ser humano.
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